quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Em Fortaleza, igreja gay se torna alvo de ataques


Uma igreja evangélica que defende a inclusão de homossexuais e cujos fiéis são na maioria gays virou alvo de ataques em Fortaleza.

A Comunidade Cristã Nova Esperança foi pichada com os dizeres "Morte aos gay e sapatão (sic)", "Igreja gay filosofia do diabo", "Fora bando de gays" e "Homofobia não é crime".

A presidente da igreja na cidade, Sara Cavalcante, relatou que pessoas que passam na rua jogam pedras no local e ameaçam incendiar o imóvel.

De acordo com ela, as agressões começaram com as pedradas, no último mês de agosto. Depois disso, os cadeados da igreja foram danificados.

Já as pichações começaram em outubro e se intensificaram no mês passado. Neste mês, até urina, diz Sara, já foi jogada pela porta da comunidade.

A igreja, que fica no bairro Nova América, não tem placas ou nome na porta, de acordo com a líder, justamente para evitar exposição.

As pichações mais ofensivas escritas nas paredes da igreja cearense foram cobertas com tinta.

"Somos uma igreja evangélica pentecostal, só que o diferencial é que nas outras igrejas os homossexuais têm certa dificuldade de desenvolver sua área espiritual."

DIVERSIDADE

Sara diz que sua igreja abre as portas para abraçar a diversidade. "Cremos que a salvação é para todos, que Deus é um só e que todos têm liberdade de culto", afirma.

A igreja, segundo Sara, está em Fortaleza há três anos e nunca havia sofrido ataques homofóbicos.

Ela afirma que cerca de 60 religiosos frequentam o local, a maior parte gays, lésbicas e travestis.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia Civil está investigando o caso. Até ontem, os autores das agressões não haviam sido identificados.

Segundo Felipe Lopes, da Coordenadoria de Diversidade Sexual da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Fortaleza, será feito um trabalho educativo com os moradores do bairro e de uma igreja metodista que fica na mesma rua.

Fonte: Folha

domingo, 12 de dezembro de 2010

Papaleaks

Pope Benedict XVI received by Turkish prime minister in Ankara in 2006

Telegramas do WikiLeaks: Papa queria Turquia muçulmana fora da União Européia

Diplomatas vaticanos também fizeram lobby contra Hugo Chávez, da Venezuela, e queriam "raízes cristãs" consagradas na constituição da UE

Heather Brooke e Andrew Brown
guardian.co.uk, sexta 10 dezembro 2010 21.30 GMT


O papa é responsável pela crescente hostilidade do Vaticano sobre a Turquia entrar para a União Europeia, dizem telegramas secretos anteriormente enviados da embaixada americana para a Santa Sé em Roma.

Em 2004, o Cardeal Ratzinger, futuro papa, bradou contra deixar um Estado muçulmano se tornar membro, embora à época o Vaticano fosse formalmente neutro sobre a questão.

O ministro das relações exteriores, Monsenhor Pietro Parolin, respondeu contando aos diplomatas americanos que os comentários de Ratzinger eram individuais, e não a posição oficial do Vaticano.

O telegrama liberado pelo WikiLeaks mostra que Ratzinger era a voz que mandava por trás do movimento sem sucesso da Santa Sé em assegurar uma referência às “raízes cristãs” europeias na constituição da União Europeia. O diplomata americano observou que Ratzinger “entende claramente que permitir que um país muçulmano entre na UE iria enfraquecer ainda mais sua casa pelas bases cristãs da Europa”.

Mas em 2006 Parolin estava trabalhando para Ratzinger, agora Papa Bento XVI, e seu tom esfriou distintamente. “Nem o Papa, nem o Vaticano tinham aprovado a adesão per se da Turquia à UE,” ele contou para o agente diplomático americano, “no entanto, a Santa Sé tem sido constantemente aberta para acordo, enfatizando apenas que a Turquia precisa cumprir o critério de Copenhagen da UE para ocupar esse lugar na Europa.”

Mas ele não esperava que as demandas sobre liberdade religiosa fossem atendidas: “um grande receio é que a Turquia pode entrar para a UE sem ter feito os avanços necessários em liberdade religiosa. [Parolin] insistiu que membros da UE – e os EUA – continuem a pressionar o [governo da Turquia] nessas questões... Ele disse que, além daquela ‘perseguição aberta’, não poderia ficar muito pior para a comunidade cristã na Turquia.”

Os telegramas revelam que o governo Americano fez lobby em Roma e Ancara pela adesão da Turquia à UE. “Nós esperamos que um oficial sênior do departamento possa visitar a Santa Sé para encorajá-los a fazer mais para promover uma mensagem positiva sobre a Turquia e a integração,” concluiu o telegrama de 2006.

Mas em 2009, o embaixador americano estava informando, na ocasião da visita do presidente Barrack Obama, que “a posição da Santa Sé agora é que, como um não membro da UE, o Vaticano não tem papel nenhum em impulsionar ou vetar a adesão da Turquia. O Vaticano pode preferir ver a Turquia desenvolver uma relação especial com a UE na ausência de se tornar membro desta.”

O Catolicismo Romano é a única religião no mundo com o status de uma nação soberana, permitindo que a maioria dos clérigos do papa se sente no topo da mesa com líderes mundiais. Os telegramas revelam o rotineiro domínio do Vaticano sobre canais diplomáticos enquanto, por vezes, nega exercê-lo. O Vaticano tem relações diplomáticas com 177 países e tem usado seu status diplomático pra fazer lobby com os EUA, ONU e UE num apelo orquestrado para impor sua agenda moral através de parlamentos nacionais e internacionais.

O agente diplomático americano D. Brendt Hardt contou a Parolin, seu interlocutor diplomático em Roma, sobre “o potencial da Santa Sé em influenciar países católicos a apoiar ou banir a clonagem humana”, ao que Parolin enfatizou sua concordância com a posição dos EUA e prometeu apoiar inteiramente esforços da ONU para tal proibição.

Em outras questões globais, como mudanças climáticas, o Vaticano procurou usar sua autoridade moral como influência, enquanto se recusava a assinar tratados formais, como o acordo de Copenhagen, que requer compromisso com relatórios.

Numa reunião em janeiro deste ano, Dr. Paolo Conversi, o representante do papa sobre mudanças climáticas no secretariado de estado do Vaticano, contou a um diplomata americano que o Vaticano iria “encorajar discretamente outros países a se associarem a eles no acordo quando surgirem as oportunidades”.

Os americanos notaram que a oferta de Conversi a apoiar os EUA, ainda que discretamente, era significante porque o Vaticano era muitas vezes relutante em aparecer para comprometer sua independência e autoridade moral por se associar com particulares esforços de lobby.

“Ainda mais importante que a assistência de lobby do vaticano, no entanto, é a influência que a orientação do papa pode ter na opinião pública nos países com grandes maiorias católicas e além.”
Os telegramas também revelam que o Vaticano planejava usar a Polônia como um cavalo de tróia para espalhar valores de família católicos através de estruturas da União Européia em Bruxelas.

O então embaixador dos EUA para a Santa Sé, Francis Rooney, informou a Washington em 2006, pouco depois da eleição do Papa Bento XVI, que “a Santa Sé espera que a Polônia vá manter a linha na UE nas questões de ‘vida e família’ que surgirem” e serviria como um contrapeso ao secularismo europeu ocidental, uma vez que o país tinha sido integrado à UE.

Os trechos do telegrama nos quais o Papa Bento está preocupado com a crescente distância psicológica da Europa de suas raízes cristãs.

“Ele continua a focar no potencial da Polônia para combater essa tendência. Este foi um dos temas da visita de vários grupos de bispos poloneses ao Vaticano no final do ano passado [2005]. ‘É um tópico que sempre aparece,’ explicou Monsenhor Michael Banach, o ministro da Santa Sé para assuntos exteriores. Ele nos contou que os dois lados reconheciam que a os bispos poloneses precisavam exercer liderança face ao secularismo europeu ocidental.”

Através do Atlântico, o Vaticano tem dito aos americanos que quer minar o presidente venezuelano, Hugo Chávez, na América Latina, por causa de preocupações com a deterioração do poder católico lá. O Vaticano teme que Chávez prejudique seriamente as relações entre Igreja e Estado por caracterizar a hierarquia da Igreja como parte da classe privilegiada.

Monsenhor Angelo Accatino, responsável pelos assuntos do Caribe e dos Andes pelo Vaticano, disse que Obama deveria alcançar Cuba “em nome de reduzir a influência de Chávez e quebrar sua trama na América Latina”. Em dezembro do ano passado, o assessor americano para a Europa ocidental na ONU, Robert Smolik, disse que o observatório do Vaticano estava “sempre ativo e influente nos bastidores” e que assim “fez lobby nos corredores e em consultas informais, particularmente em questões sociais”.

Em 2001, outro diplomata americano no Vaticano afirmou: “a Santa Sé continuará procurando desempenhar um papel no processo de pacificação do Oriente Médio enquanto nega sua intenção”.

sábado, 11 de dezembro de 2010

WikiLeaks expõe diplomacia e críticas à postura do Vaticano

Leon Ferrari


Telegramas diplomáticos enviados de embaixada dos EUA ao Departamento de Estado falam sobre abusos sexuais e cardeais tecnofóbicos


Reuters 11/12/2010 19:22

O Vaticano pode ser o menor Estado do mundo, mas até a sua diplomacia foi escancarada pelos vazamentos no WikiLeaks. As divulgações vão desde abusos sexuais e erros nas relações públicas até a presença de cardeais "tecnofóbicos."

Telegramas enviados da embaixada dos Estados Unidos no Vaticano ao Departamento de Estado descrevem o papa Bento 16 como isolado em algumas situações, enquanto seus auxiliares tentam protegê-lo de notícias ruins. Os documentos também dizem que o maior assessor papal é visto como um homem com pouca credibilidade entre diplomatas.

Os telegramas foram publicados pelo jornal britânico The Guardian, uma de várias empresas de comunicação que receberam acesso aos documentos que vazaram das embaixadas dos EUA em todo o mundo. Um longo telegrama em fevereiro de 2009, cheio de linguagens diplomáticas, fala sobre fortes críticas às estruturas de comunicação interna e externa do Vaticano, que é responsabilizado por algumas "escorregadas" públicas do papa Bento 16.

"A operação de comunicação na Santa Sé está sofrendo com 'mensagens confusas', em parte como resultado da tecnofobia e ignorância de cardeais sobre as comunicações no século 21. Apenas um importante assessor papal tem um Blackberry e poucos possuem contas de e-mail. Isso levou a asneiras de relações públicas em assuntos sensíveis como o Holocausto," escreveu um diplomata norte-americano.

Um telegrama chama o círculo de assessores do papa de homens "ítalocêntricos" que não se sentem bem com a tecnologia da informação e com a "competição selvagem das comunicações." O braço direito do papa, o Secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, é retratado como um "homem do sim," sem experiência diplomática ou habilidades linguísticas, e o telegrama sugere que o papa é protegido de notícias ruins. "Há também a questão de quem, se alguém, leva visões discordantes à atenção do papa," diz o documento.

Percepção

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi (autoridade elogiada por saber como usar um Blackberry), disse neste sábado que os telegramas refletem a percepção de seus autores e não são "expressões da Santa Sé propriamente dita."

Um documento vazado diz que a "falta de compartilhamento de informações" entre as instituições do Vaticano é a culpada pelo erro no discurso do papa em Regensburg, em 2006, que os muçulmanos entenderam como um ato de igualar o Islã à violência, e a reintegração de um bispo que nega a existência do Holocausto. Judeus e muitas outras pessoas ficaram enraivecidas em 2009 quando o papa cancelou a excomunhão do bispo tradicionalista Richard Williamson.

Um telegrama datado de 26 de fevereiro desde ano mostra também que o Vaticano impediu a cooperação com investigadores sobre abusos sexuais praticados pelo clero na Irlanda. O telegrama diz: "O Vaticano acredita que o governo irlandês falhou ao respeitar e proteger a soberania do Vaticano durante as investigações." O documento diz que o Vaticano ficou ofendido e enraivecido pelos pedidos de investigadores irlandeses que queriam conversar com a Santa Sé.


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ônibus "ateus" vão circular por Salvador

Ônibus com mensagem atéia na Inglaterra: "É provável que Deus não exista. Agora pare de se preocupar e aproveite a vida" (tradução livre).



A capital nacional da fé e devoção está prestes a receber uma campanha que promete dar o que falar. Tratam-se dos ônibus “ateus”, que a partir do próximo domingo (12), começam a circular por Salvador. Alguns coletivos da capital exibirão mensagens nada convencionais expondo o ponto de vista de ateus e agnósticos sobre temas como fé e moralidade. A ação é uma iniciativa da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, e o mote da campanha é o slogan “Diga não ao preconceito contra ateus”. Serão quatro peças diferentes acompanhando imagens fortes e frases polêmicas. Uma delas afirma: “A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas”. Em outra peça aparecem Adolf Hitler e Charles Chaplin (ambos de ‘monogode’) ilustrando o texto “Religião não define caráter”. A associação, que tem núcleos em várias partes do mundo, pretende arrecadar fundos para estender a exibição das peças, inicialmente prevista para um mês. Segundo o presidente da entidade, Daniel Sottomaior, a campanha é necessária para chamar a atenção da sociedade e tirar os ateus da invisibilidade. “Somos cerca de 2% dos brasileiros, ou 4 milhões de ateus. Mas muitos têm medo de se expor devido ao preconceito de amigos, chefes e familiares. Isso tem que acabar”, afirma. Evangélicos, católicos, pessoal do axé e assemelhados, temei.

João Gabriel Galdea

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ÚLTIMAS NOTÍCIAS:

A empresa contratada para o serviço em Salvador alegou que o cumprimento do contrato violaria o decreto municipal Nº 12.642 de 28 de abril de 2000, que afirma:

Art.15 - Fica proibida a colocação de qualquer Meio ou exibição de anúncio, seja qual for sua finalidade, forma ou composição nos seguintes casos;
II. quando favoreça ou estimule qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, sexual, social ou religiosa

III. quando contenha elementos que possam induzir à atividades criminosas ou ilegais, ao uso de drogas, a violência, ou que possam favorecer, enaltecer ou estimular tais práticas;

IV. quando considerado atentatório, em linguagem ou alegoria, à moral pública e aos bons costumes;

sábado, 4 de dezembro de 2010

Rammstein: sexo e violência em pacote dadaísta



Rammstein: sexo e violência em pacote dadaísta

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/12/01/rammstein-sexo-violencia-em-pacote-dadaista-345634.asp

Há muito tempo que eu queria escrever sobre o Rammstein, mas esperei pela ocasião dos shows deles aí no Brasil. Um deles foi ontem, em São Paulo. Vai ter mais um hoje.

A espécie da música não me interessa nem um pouco. Mas não tem como negar o significado da banda para a história da música alemã. Formada em Berlim em 1994, é uma das integrantes do chamado “novo hard metal alemão”. Longe de saber o que isso quer dizer exatamente, me abstenho de comentar profundamente, com o consolo de saber que um rótulo não é o bastante para definir o Rammstein, sendo que os próprios se definem como “tanzmetal” (algo como dancemetal). Metal alternativo, nós entendemos!

Como rotular isso agora, críticos?

Tem também as letras irreverentes, parte fundamental da comunicação com o público. O vocalista Till Lindemann se entende muito bem com a platéia e fãs quando canta sobre temas favoritos como sadomasoquismo, homossexualismo, necrofilia, abuso sexual, canibalismo, etc. Ah, incesto também entra nessa lista. Tudo sem esquecer da inspiração nos textos de Goethe.

Por último, mas não menos importante: as performances. O grupo foi proibido de tocar em Moscou e Minsk esse ano por causa do conteúdo provocante dos shows. São verdadeiros espetáculos dadaístas, com direito a fogos de artifício e lightning designers para elaborar os conceitos pirotécnicos. Porque nada aparece à toa em um show do Rammstein.

O canal ZDF exibiu em outubro um especial sobre a música alemã que nasceu depois da queda do muro de Berlim. Peguei por acaso na TV. A análise pegava como gancho as peculiaridades das bandas do “Oeste” e do “Leste”.

No programa, várias bandas queridinhas da “cena”, como Wir Sind Helden, Die Prinzen, Die Atzen, etc, bateram o martelo e escolheram o Rammstein como banda símbolo do rock pop alemão depois da reunificação. Abusados, debochados, explosivos, o extremo do extremo. Até então nenhuma banda alemã reunia essas características. Mesmo polêmicos, conquistaram o coração até dos mais afeitos a um Schumann.

Esqueci de dizer que a banda foi formada na ex-Berlim oriental. O que torna todo o contexto mais interessante ainda. Os artistas do Leste cresceram desenvolvendo sua arte e música sob os tapetes da ditadura. Todos os integrantes do Rammstein nasceram e cresceram na RDA e tocavam já na época do muro em bandinhas underground da cidade.

Em 1990 de repente estava tudo liberado. E o Rammstein apareceu nesse cenário como um expurgo estético necessário de uma cultura, costumes e tabus que ficaram empoeirados durante 40 anos. Sim, porque as ditaduras não eliminam o seu eu-lírico pervertido. Junto a isso tem-se o modelo da banda, que foi acima de tudo, um negócio de sucesso. Já venderam mais de 16 milhões de discos mundo afora.

A violência como símbolo também faz parte do pacote do Rammstein, e no começo a banda foi facilmente cunhada de neonazista por escolher levar o estilo “fascista” como opção estética. O cabelinho preto e curto, partido do lado, culto a músculos, atitude brutal e abordagem de temas como violência e guerra funcionaram como um excelente provocador. A ambivalência proposital deu super certo na fórmula da banda e colaborou para levar sua popularidade às alturas.

Uma das peripécias recentes foi a produção de um clipe para uma música do último álbum com cenas de sexo explícito, onde os próprios integrantes da banda eram os protagonistas. É muito difícil de achar na internet a versão “director’s cut” do vídeo. A versão que rola por aí é a que pode passar nas MTVs da vida. O nome da canção é “Pussy” e posso garantir que o negócio é hard e que o tema refere-se a vida sexual dos homens alemães.

É o Rammstein mais uma vez fazendo crítica social por meio de suas letras.

Tamine Maklouf - www.diekarambolage.wordpress.com